sexta-feira, abril 24, 2009

Os limites da tecnologia




Quais os limites da tecnologia e da privacidade individual . A moda agora é filmar o parto da mulher e transmitir ao vivo nas redes sociais.Até que ponto isto interessa a todos.

A tecnologia como uma sucessão de eventos sistemáticos é uma ação transformadora que leva a inovação. Quando aceita pela maioria dos elementos de um determinado espaço social traz uma melhor condição de vida e convivência. Se a informação é mediadora do conhecimento aprisionar a sua tecnologia é como aprisionar o conhecimento.

As tecnologias intensas da transferência da informação ficam muito perto do computador e suas linguagens e sua programação. Quando falamos em tecnologias de informação pensamos de imediato no computador, na telecomunicação e na convergência da base tecnológica. No software que existe em nós para inscrição e recepção da informação.

As reais modificações advindas das tecnologias de informação são as condições de interação e interconexão do receptor com a informação. Estas transformações estabeleceram um novo relacionamento entre o gerador, o receptor, o tempo e o espaço. A velocidade e modalidade de acesso à informação modificam nossa sensibilidade e competência cognitiva. A convergência da narrativa para uma base digital inseriu imagem e som na estrutura de informação. A pergunta que persiste é como serão os documentos de amanhã em estruturas abertas em textos que se cruzam?

Sempre me preocupou, contudo, refletir sobre qual é o limite da tecnologia, ou a partir de que ponto este conjunto de conhecimentos deixa de ter interesse social.

Um processo de inovação se diferencia de uma nova tecnologia; a tecnologia é uma sucessão de eventos sistemáticos de uma ação de transformação de idéias e de ações; é diferente da inovação que é a aceitação dos eventos da tecnologia pela pluralidade dos elementos de um determinado espaço social. Na inovação existe um acréscimo de bem estar comum, uma situação melhor do que a que existia antes. A inovação modifica a realidade e os seus habitantes.

O limite da tecnologia será sempre quando a inovação criada pela técnica  deixar de trabalhar em benefício do indivíduo e se voltar contra ele para lhe causar dificuldades de mal estar e , perda de indenidade e de sua individualidade. As novas tecnologias de informação de tão intensas produzem medo, pois, aumentam os poderes do homem e algumas vezes o transformam em objeto destes poderes. O mundo digital cria facilidades para as atividades cotidianas também, condições  que assombram a nossa segurança e privacidade.

Tem sido muito pensado neste novo tempo cibernético a questão do valor da tecnologia da informação quando ponderado contra a possibilidade de uma existência mais simples e com mais felicidade. Qual é o papel da informação em formato eletrônico no grande dilema da existência do ser humano atual. Quanto da informação se orienta para formar uma inteligência coletiva e quanto para uma inteligência de competição em ou do modismo de momento. Estas transformações da tecnologia devem se associar a felicidade do ser humano na simplicidade dos seus espaços de convivência? A felicidade sempre estará melhor quando no simples e doce sentimento da existência.

As utopias coletivas da felicidade pela informação podem conduzir a fantasias individuais que, acarretam uma nova configuração do seu valor para a sociedade. A convivência atual acontece, cada vez mais, virtualmente em uma realidade paralela de salas de conversa e troca de enunciados pela comunicação instantânea das mensagens e dos mensageiros interativos usados para viver no mundo cibernético e ali relatar a vida. Até que ponto o relato da vida de cada um permanece na decência e na compostura do que deve ser mostrado aos outros.

Cada vez mais a opção de uma vivência escondida se mostra em uma tecnologia como a dos "Chats" e "Facebooks", "You tubes" . O doce sentimento da existência está sendo vivido por nosso outro, um avatar do que sonhamos ser atuando em uma vivência sem nossa presença. Há que saber posicionar com harmonia os limites da tecnologia da informação.O despudor ao mostrar de um cotidiano muito particular ofende o bom gosto.

AAB

Revisto em out 13

Um comentário:

aldo barreto disse...

Agradeço . Estou sempre a sua disposição para qualquer precisão.