segunda-feira, março 30, 2009

Emprego 2.0


Um artigo do blog do Wall Street Journal



A experiência de crescer online esta mudando drasticamente a expectativa de emprego e o mercado de trabalho para os nativos na web ou da geração F [geração Facebook]. Pelo menos estes novos entrantes do mercado do trabalho esperam não encontrar burocracias convencionais e se tiverem que encontrar espera lidar com a burocraciaweb.


A questão é se as empresas desejam em seus quadros este tipo de material humano, por serem mais abertos a inovação, mais criativos para encontrar soluções e operam sintonizados com o que já se denominou cérebro 2.0 uma cadeia cognitivas que em nada se relaciona com a dos seus pais.


A gerencia de recursos humanos de toda grande companhia nos EUA e Europa vêm modificando suas motivações ambientais para acomodar esta nova mão de obra. Por isso o Wall Street Jounal listou 12 características relevantes da vida online em uma era pósburocracia para as empresas que resolverem entrar no futuro com negócios:


1. Todas as idéias competem no mesmo nível. As idéias ganham suporte pelo mérito e não pelo poder político daquele que as colocou.

2. As contribuições em convivência contam mais. Na web o que conta não é o seu Currículo, mas como e com o que você pode contribuir.

3. Online as hierarquias são naturais não prescritas pela norma. A hierarquia é formada na livre escolha pelos pares em convivência.

4. Os líderes são para servir e não para presidir. No ambiente online você demonstra que sabe operando na prática os seus argumentos.

5. As tarefas são escolhidas e não determinadas. Cada um é uma Companhia em si mesmo e opera para melhor funcionar com as outras “eu e Cia Ltda”.

6. Grupos se definem e organizam em liberdade. Você escolhe os seus compatriotas; com quem vc vai se linkar e quem vc vai ignorar.

7. Os recursos são atraídos e não atribuídos. Na organização convencional os recursos são alocados por tradição de cada ano legal. Na web, online e em convivência, os recursos são atraídos pelas boas idéias e projetos.

8. O poder vem pela informação que você compartilha e não pela que vc esconde. O mundo online é uma economia do doador. Para ter influencia e status vc tem que distribuir seu talento e conteúdo.

9. As opiniões são partilhadas e ganham aquelas que têm seguidores. Na web se as suas opiniões foram acordadas e seguidores se apresentam não importam quão traumáticas elas possam ser que irão adiante.

10. Usuários ou clientes têm o poder de veto. Se a política ou o projeto agrega sentimento contrários a comunidade são vetados e interrompidos.

11. Na web a recompensa intrínseca vale muito mais. É só pensar na Wikipedia, nos arquivos abertos, softwares livres e em todas as orientações que são prestadas livremente. O dinheiro conta, mas o reconhecimento e a alegria de ter conseguido vale muito.

12. Hackers são heróis. Nas grandes companhias os ativistas contra o autoritarismos e os que se opõem a rotina mal formada são mal vistos, mesmo sendo os privilegiados inovadores. A web agracia todos os que posicionam contra o estabelecido, os que combatem o autoritarismo de qualquer forma , os descontentes criadores de caso, os tumultuosos, desde que, este comportamento se associe aos direitos digitais para todos.


Estas condições mapeiam uma convivência e emprego baseado na web e fazem parte do DNA dos nativos da Internet. Elas são raras de serem encontradas nas 500 maiores Cias listadas na Revista Fortune. Aqui fica uma questão: Qual dos itens acima relacionados com o trabalho baseado na web será mais evitado por uma multinacional de grande porte? Como será o processo para reinventar administradores e fazê-los consistente para operar com esta emergente sensibilidades online.


Fonte: Tradução de parte do artigo de Gary Hamel, “The Facebook generation vs Fortune 500” publicado no blog do Wall Street Jounal de 24 de março de 2009.





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domingo, março 29, 2009

A nova economia da informação

Éimportante indicar, para o campo da informação, que as forças da oferta e a da demanda não se equilibram da mesma forma que nos mercados tradicionais.


No âmbito das trocas de informação é a oferta de informação que cria a demanda, até porque o receptor desconhece a qualidade dos itens que estão nos acervos e não sabe o que poderia desejar, apesar de conhecer, com alguma lucidez sua necessidade de informação.A oferta de informação é constante, forte, conhecida e estabelecida; a demanda é irregular e fragmentada; é uma demanda dividida em micro núcleos sociais diferenciados em vários aspectos.


A oferta de informação se localiza em um mundo familiarizado e pela centralidade do discurso em formas homogêneas, classificada dos documentos. Por ser bem determinadas, conhecida e por permitir a governabilidade as políticas de informação são políticas de oferta de informação.


A demanda vive em terras de compromissos estéticos, pois possui regalias de submissão a sensibilidade e percepções múltiplas. A demanda é frágil e heterogênea e se realiza na subjetividade do indivíduo que, ao lidar com a forma vê o cristal, mas sabe que é na chama dos sentidos e da apreensão que está o entendimento.


Em uma economia tradicional a quantidade da demanda de um produto influencia o custo do produto no mercado. No mundo da informação esta condição é fraca e no mundo digital esta condição quase não se apresenta


O mercado de informação, quando existe, é atormentado pela relação que possa existir entre custo, preço e valor. A mesma "mercadoria" informação possui diferente valor para distintos sujeitos consumidores. Configurar um preço de equilíbrio é impossível, pois o preço pode estar muito abaixo ou muito acima do valor que, determinado usuário esta disposto a pagar, por razões de um valor de uso individualizado. A mesma "mercadoria" pode variar em seu preço em um mesmo mercado aberto. Fácil é colocar um preço de capa no livro, no fascículo do periódico impresso, no jornal diário, no CD de música, a base física admite o preço, mas não o significado de um artefato de informação.


Na produção de documentos digitais, não existe uma fabrica física e a quantidade produzida não é definida pelo volume do consumo. Os custos fixos da “fabrica”, custos de estocagem e da distribuição convencional não existem. O custo de se produzir dez artefatos digitais será quase o mesmo ao produzir mil ou dez mil.


O custo da informação digital é marginal constituído de despesas de pouca variação. Na nova economia da produção da informação digital acabam os custos relacionados com a necessidade de se produzir dentro de uma: capacidade de produção estabelecida por padrões de uma instalação física.



Existe, portanto, uma causa econômica que justifica serem os documentos de amanhã documentos digitais por uma condição racional de produção e consumo.


Aldo de A Barreto

quarta-feira, março 25, 2009

A cultura da comunicação


No X Congresso Mundial de Semiótica em La corunha, Espanha acontecerá, em 22/26 setembro, com a sessão: gestualidade: praxis e semiose, coordenada pelo professor Dominique Ducard da Paris XII.



Em anexo a ementa da sessão.


La gestualité : praxis et semiosis
Dominique Ducard (Université Paris Est-Paris 12, Céditec, France)ducard@univ-paris12.frNathalie Roelens (Université de Nimègue, Pays-Bas)n.roelens@belgacom.net



La gestualité est première - au sens de fondamental et d’originaire - dansl’activité symbolique de l’être humain. Dans son Anthropologie du geste(Gallimard, 1975 : l’ouvrage rassemble des cours de 1955), Marcel Jousse enappelait à une « mimismologie » reposant sur la conception de l’homme comme« un animal interactionnellement mimeur », qu’il qualifie aussi d’ « animalsémiologique », dont le langage est une « gesticulation significative ». Nousconnaissons davantage les travaux d’André Leroi-Gourhan sur l’humanisation etl’acculturation, dont les formes d’expression sont les traces d’une gestualitéprimordiale, par exemple dans les mythogrammes de l’art pariétal, ou encorel’étude de Marcel Mauss sur les « techniques du corps ». L’hypothèse génétiqued’une origine gestuelle du langage a été développée dans certaines théories del’évolution du langage (Corballis, Armstrong et alii), alors que des travauxpsychologiques sur la communication interhumaine mettent l’accent sur lacoactivation du geste et de la parole et soulignent que l’activité gestuelle faitpartie intégrante du processus de représentation et d’élaboration de la penséeverbalisée.


Le processus de symbolisation trouve ainsi son ancrage dansl’expérience corporelle, selon la notion de cognition incarnée (Varela et alii), etplus spécialement d’énaction (embodied action). Les langues des signes et leursanalyses montrent par ailleurs l’intérêt d’un retour aux notions issues desthéories sémio-linguistiques du signe à partir d’un langage visuel constitué pardélimitation d’unités signifiantes conventionnelles, selon un système gestuelparamétré, et qui fonctionnent comme des marqueurs corporelsmorphodynamiques.



Nous pourrions aussi lister les multiples travaux sur les valeurs culturelles,plus ou moins normées, des diverses façons de gesticuler, dans les manières defaire, au cours des actes qui règlent nos comportements, dans la vie quotidienneou professionnelle, ou encore dans les conduites ritualisées des cérémonies de lavie profane ou religieuse.


Il conviendrait, de ce point de vue, d’interroger lestransformations de cette gesticulation avec l’uniformisation de gestes ordinairesde la communication sous l’emprise des technologies informatiques. Il ne faudraitpas oublier non plus la gestualité transposée en gestuelles, par la technique et lestyle, dans les artisanats et les arts, que ces derniers soient des arts visuels dumouvement, directement (danse, pantomime, direction d’orchestre) ouindirectement (sculpture, peinture, photographie), ou des arts hybrides (théâtre,opéra, arts audiovisuels, art multimédia, performances, parmi lesquelles onpourrait compter l’art oratoire).



Ce bref aperçu des multiples domaines d’investigation et les référentsthéoriques qu’ils supposent peuvent laisser augurer une dispersion desapproches et un éclatement du point de vue. Quel peut-être l’apport desthéorisations sémiotiques dans les études sur la gestualité ? Viser la semiosis quiopère dans la saisie de mouvements corporels dans un espace-temps, c’estreconnaître des gestes comme des formes interprétables, qu’elles soientproduites intentionnellement ou non, contrôlées ou automatisés, codifiées ounon, instrumentalisées ou non.



A l’occasion du cinquantenaire de la naissance de l’IASS/AIS, nous repartironsdes réflexions menées dans ces mêmes années du début de l’association,notamment avec un numéro de la revue Langages, dirigé par A. J. Greimas, surles Pratiques et langages gestuels (juin 1968). Greimas, dans son articleintroductif (repris dans Du sens, 1970) y pose d’entrée de jeu le problème de lasemiosis, comme celui de la « relation sémiotique entre l’expression et lecontenu », en rappelant les contraintes exercées par les propriétés du corpshumain spatialisé, volume constitué en figure dans le monde. Il s’interroge d’unepart sur la praxis gestuelle, c’est-à-dire la production, par le corps, demouvements organisés et programmés selon un projet, déterminé culturellement, d’autre part sur la semiosis, qui devient alors la relation entreune séquence de gestes, prise comme signifiant, et le projet, pris commesignifié. L’analyse, de type morphématique, est ainsi orientée par une définitionde la gestualité comme « une présence au monde signifiante ». Dans une autreintervention, Julia Kristeva, en se tournant vers les travaux des ethnologues surles conceptions de la parole et du langage en Afrique ainsi que vers la kinésique(Birdwhistell), cherche à sortir du modèle phonologique-sémantique pourappréhender la gestualité comme une pratique sémiotique, dont la fonction,promue au titre de fonction de base, est dite anaphorique, d’indication d’action etde relations. Peirce, qui n’est pas convoqué dans cette réflexion, y aurait uneplace centrale.



Nous proposons donc de centrer la session thématique sur les notions depraxis et de semiosis, en marquant une ouverture, une extension, selon lestermes de J. Kristeva, dans les directions suivantes, et en postulant un rapportde sens - invariable dans son fondement mais soumis dans ses manifestations àdes variables culturelles - entre l’effectuation, la représentation, la figuration dugeste (action, conception et conceptualisation, formulation et formalisation):
Gestes, langage et langues;

Gestes et communication interculturelle;

Gestes et techniques ;

Gestes et rituels;

Gestes et arts.




domingo, março 22, 2009

Um passear de mosaicos


Uma estrutura de informação pode ser linear, seqüencial e centrada em uma narração que se quer continua ou ser entrelaçada a outras narrativas em caminhos sem destino acertado composto de varias escritas que se narram em paralelo.
A escrita deu ao homem valores visuais e uma consciência fragmentada ao contrário da convivência nos espaços auditivos, onde o dialogo de enunciados multivariados estava em muitas vozes e era mediado e centrado pelo espaço que a audição permitia.
Foi à tipografia que terminou com a cultura auditiva tribal. Permitiu à escrita multiplicar possibilidades de se enunciar no tempo e no espaço. O homem quando com seu pensamento linear e seqüencial qualificou, organizou e classificou as suas informações o fez em modo hierárquico, em uma série contínua de graus e escalas, famílias temáticas, em ordem crescente ou decrescente; uma organização por classes indicando uma subordinação relacionada com a herança do universo de palavras permitida pelo código comum.
A passagem da civilização tribal ao modo da escrita e da tipografia, alem de descentrar uma organização so saber instituída, foi uma transformação tão profunda para o indivíduo e para a sociedade, como vem sendo a passagem da cultura escrita para as esta acomodação de documentos em formato digital habitando espaços eletrônicos de acesso e transferência imediatos.
São redes de narrativas digitais com desfamiliaziração temática e um adiamento do significado que, só pode se formar, quando finalizarem as trilhas percorridas na perseguição do entrosamento dos textos paralelos.
No mundo digital a escrita acêntrica configura uma nova adaptação com o receptor e deste com o conhecimento. O texto entrelaçado com outros traz uma vinculação e um emaranhado de cadeias imprevisíveis sem qualquer qualificação hierárquica ou familiar. A percepção e interiorização acontecida a partir do convencional e do digital não tem a mesma qualidade.
Conhecer é, cada vez mais, se apropriar dos enunciados alinhavados nos textos paralelos; é como construir uma bricolagem, onde cada junção de pedaços, necessite uma permissão para assimilação na arquitetura de um ajuntamento do saber. Esta bricolagem que só se fecha no infinito é individualizada pelos desenhos e permissões cognitivas de cada caminhante no transcurso deste passear de mosaicos.
Parte de relatório parcial de pesquisa finalizada em 2009: "As estruturas de suporte da informação no processo do conhecimento: o papel da fluência digital"