sábado, maio 19, 2007

A afetividade na WEB 2

O INDIVIDUALISMO, A RECONQUISTA DO CONTROLE E A CENSURA

A Web 2.0 é a mudança para uma Internet onde a regra a mais importante é desenvolver aplicativos e contextos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas em convivência, aproveitando a inteligência coletiva das comunidades de interesse comum.

Para que funcione este ambiente além de aplicativos tem que ter pessoas com algo mais que um interesse comum, com um conjunto de atitudes mentais, experimentadas e vivenciadas, na forma de emoções e de sentimentos ligadas a esta convivência comum. Uma afetividade de interesses.

As pessoas em comunidade devem ter, ainda, uma inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à preocupação com o outro e que, não obstante ser uma atuação espontânea, deve ser sempre aprimorada por atitudes pro ativas, evitando-se a ação antagônicas dos instintos naturais do egoísmo.

A convivência em rede é uma tecnologia que opera com a tendência ao desapego Agostiniano de uma mão dar sem a outra sequer perceber.

Existem, portanto, barreiras para a harmonia dessa vivência em rede, como o individualismo, a reconquista do controle e a censura.

A solidariedade orgânica é quebrada sempre que um participante desejando visibilidade individual exige distinção para seus atos realizados em prol do conjunto. Quando acontece esta intenção de sublinhar uma visibilidade a confiança que equilibra o grupo é quebrada e esta comunidade só se reorganiza com uma nova harmonia.

O sentido marcante de poder e controle anula , também, a vivência coletiva em rede. Quando acontece a ação, por exemplo, do desapego arrependido. Existem relatos de gerador de software livre doado a comunidade, que ao perceber o sucesso da sua aplicação na realização de terceiros, rápido comparece demandando reconhecimento e recompensas, por ser sua a criação original, que, contudo, seria livre para todos. Um desejo de reconquista do controle doado.

A censura promovida por instituições e governos na Internet cresce assustadoramente em todo o mundo, segundo um estudo divulgado pela ONG Open Net Initiative. Pesquisadores avaliaram 41 países e, em 25 deles, conseguiram identificar pelo menos um filtro de Internet, mecanismo que impede os usuários de terem acesso a sites sobre temas específicos.

A censura é entrave para a web das comunidades e como as outras barreiras gera tensão por competição individual, ciúme intelectual e desejo de retomada de uma posse transferida.

Open Net Initiative - http://opennet.net/

domingo, maio 13, 2007

sublime recapitulação

o saber coisa divina, completo e definido desde o inicio

Na idade média , considerado o período entre o fim do Império Romano e o nascimento da civilização da Grécia e Roma, algo entre os anos 900 e 1300 a informação era privilegio dos eruditos e estava retida pelos muros dos mosteiros cuidada e vigiada pelos monges. Umberto Eco em o Nome da Rosa visualiza esta prisão no discurso de Jorge, o bibliotecário chefe dos monges copistas da Itália medieval:

"...Mas é próprio de nosso trabalho, do trabalho de nossa ordem e em particular do trabalho deste mosteiro, aliás a sua substância – o estudo e a custódia do saber, a custódia digo não a busca, porque é próprio do saber coisa divina, ser completo e definido desde o inicio, na perfeição do verbo que exprime a si mesmo...."

"Não há progressos, não há revoluções de períodos na história do saber, mas no máximo, continua e sublime recapitulação.."

A informação esteve cativa de universos simbólicos divinos por longos anos. Entre alforrias e prisões chegou até a época da Internet onde grande parte dos textos são liberado completos em sua linguagem natural. Mas muitos insistem em continuar operando por uma sublime recapitulação do passado.

Por não acreditar que exista uma constituição final desta área e que esta se reconstrui ao sabor das inovações técnicas, prefiro sempre lidar com a sua historiografia . É assim que dos anos 50 ao final dos anos 90 a informação conviveu com forte instrumental de gerência construindo universos particulares de linguagem, para compatibilizar a entrada e saída de documentos nos estoques..

Eram condições necessárias devido ao custo de sua organização e, também, de sua trabalhosa disponibilização e distribuição aos receptores. A informação completa era "mascarada" pela sua imagem construída em reduzidos universos simbólicos privados. Sua revelação aos usuários era encenada em uma vivência que, escondia a sua completeza.

Com a possibilidade de contar com dos grandes arquivos digitais a informação se mostra hoje completa e livre para diversas opções de acesso, contando com instrumentais de pesquisa e de opções de escolha para vasculhar seu texto inteiro.

Assim, contar a história de como se operava no passado, desde o tempo "do saber coisa divina, ser completo e definido" ou rever os grilhões do aprisionamento, quando se mostrava a imagem como uma ilusão da coisa completa, é didático e fundamental para o entendimento da evolução das práticas da área e para a formação dos seus profissionais.

Viver operacionalmente esta época na realidade atual, de plena liberdade da vozes e dos textos, é uma triste volta ao passado. Até porque,grande parte da audiência conhece a história e saberá desconsiderar esta vivência como algo que não é do presente, efetivo, real.

quinta-feira, maio 10, 2007

uma vivência reveladora pela imagem

A proximidade e o afastamento das pessoas, principalmente nos centros urbanos com densidade de habitantes tem confundido a realidade e a representação da realidade.

Cada vez mais vigora a opção de uma vivência escondida para preservar a segurança,as finanças ou o simples espaço de existência individual. O sentimento de existência na realidade tem sido vivido por nosso outro, um avatar do que sonhamos ser. Uma vivência do ator que todos somos, em um mundo povoado de imagens pré-fabricadas.

A rapidez do cotidiano e a fugacidade do instante de convivência no real tem confundido o atuar, uma vivência com vigor dinâmico, com o interpretar, uma vivência reveladora pela imagem da ação.

"Nosso tempo, sem dúvida . . . prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser. . . O que é sagrado para ele, não passa de ilusão, pois a verdade está no profano. Ou seja, à medida que decresce a verdade a ilusão aumenta, e o sagrado cresce a seus olhos de forma que o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado." (Ludwig Feuerbach - Prefácio à segunda edição de A Essência do Cristianismo) http://www.geocities.com/projetoperiferia4/se.htm

Entreter passou a ser uma função do indivíduo no mundo atual; entreter para conviver e conviver no entretenimento. Assim nada mais normal que a academia inserisse a ação de entretenimento em seu universo de estudos.

O LEE - Laboratório de Engenharia do Entretenimento é um setor da COPPE/UFRJ fundado em 2002, "visa difundir através da vocação universitária de ensino, pesquisa e extensão, uma linha de pesquisa para as atividades de entretenimento."

"Tem como objetivo capacitar os alunos para o gerenciamento das atividades de entretenimento, trabalhar a necessidade estratégica do Brasil desenvolver-se a partir do seu reconhecido potencial criativo, gerar emprego, tecnologia e autonomia na condução dos modelos de negócios."

Em 2007 o LEE oferecerá o curso de Pós-Graduação,especialização “Lato Sensu” em Engenharia de Produção do Entretenimento.

http://www.lee.ufrj.br/index.htm

E conta com uma Linha de Pesquisa no CNPq:

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=02023082BJS4EL