terça-feira, abril 28, 2009

Além da cotidianidade demarcada pela aflição do dia

"Quando enfatizo que o meio é a mensagem muito mais que o conteúdo, - e não estou indicando que o conteúdo não tem qualquer papel no processo, - mas indicando que o conteúdo tem um papel diferente e não importante", diz Marshall McLuhan (1969) em sua famosa entrevista a Revista Playboy*. E continua: "Mesmo se Hitler tivesse pronunciado aulas de Botânica no rádio, algum político usaria o meio para reunir os alemães e iniciar as características negras da natureza tribal que criou o fascismo europeu dos anos 20 e 30." E continua: "Quando colocamos a importância no conteúdo e não no "meio, perdemos toda a chance de perceber e influenciar o homem" dizia McLuhan.

Passaram-se 40 anos desde esta entrevista e hoje isso não faz tanto sentido, pois na liberdade das narrativas, mesmo em um meio forte como a Internet, é o conteúdo que domina todas as ações subseqüentes ao processo de enunciados em convivência, pois só ele pode determinar a relação colaborativa e a união estável entre gerador e receptor.

Não existe mais o determinismo tecnológico de diferentes estruturas perceptivas desencadeando diferentes mecanismos de compreensão ou de significados. Se para McLuhan o meio e sua tecnologia institui a forma e o significado e determina o conteúdo da comunicação isso não acontece mais com a liberdade das vozes que se elaboram e colaboram em convivência.

O receptor hoje tem acesso às "fontes" e lá, estabelece um dialogo explicito e de seu interesse sem os intermediários fatais e seus universos particulares de significação. O receptor com acesso as fontes de informação arranja seus enunciados de uma maneira subjetivamente individualizada por suas preferências, independente dos canais formais de uma comunicação direcionadora e formadora de uma opinião padronizada.

A mídia massiva está ciente disso e contra ataca. Uma de suas reações é propagar dúvida na funcionalidade das condições autônomas e livres do fluxo de conteúdo, usando sempre, a máscara de uma ponderação séria e desejosa do dialogo com o maior publico comum.

Assim não foi surpresa encontrar na edição de um jornal periódico de grande circulação, no Rio de Janeiro, no domingo 26 de abril de 2009, três textos que com a intenção velada de esclarecer defendem a sobrevivência do privilégio da divulgação massiva.

Em uma mesma edição do referido jornal impresso um caderno indica que “as redes sociais podem ocasionar justa causa na perda do emprego” pela liberdade da informação nas mãos dos incautos trabalhadores; no outro caderno se coloca a irrelevância da informação do Twitter e um terceiro caderno traz uma entrevista, com escritor da moda, para mostrar os males trazidos pela velocidade da informação. Tudo bem arranjado como reportagens proativas e de esclarecimento,

Os três temas são de grande interesse para uma discussão transitiva, onde se permite a troca de enunciados. Mas em um meio intransitivo como é o jornal impresso, só uma voz tem a primazia da fala. E fala intencionalmente o que quer falar.

O periódico impresso mesmo sendo “global” está atado à terra da realidade quase estática. Está em um convívio com fatos e idéias de um cotidiano que vai de hora em hora limitado pelo marcar do tempo no relógio de um dia. Virtualizar traz uma mudança e uma passagem da terra para a mundaneidade do mundo. E nesta mundanidade as coisas explodem em fluxo, em uma sucessão de eventos em realização e em conexão. A virtualidade é um caminho que se percorre além da cotidianidade demarcada pela aflição do dia.

Aldo A Barreto

* Entrevista de Marshall McLuhan (1969) a Revista Playboy http://folk.uio.no/gisle/links/mcluhan/pb.html

segunda-feira, abril 27, 2009

As velhas novas tecnologias da informação



Trabalho e pesquisa relacionadas com uma reflexão das condições digitais da informação falam constantemente das novas TIC - indicando novas tecnologias de informação e comunicação.

Grande parte dos citantes desta condição de novidade está no meio acadêmico, nos “papers” , trabalhos finais, dissertações e teses. Talvez porque neste espaço estas tecnologias ainda se apresentem como algo novo e indecifrável.

Na verdade as tecnologias da informação e comunicação, que reposicionaram os atores, envolvidos em lidar com a informação, técnicas baseadas no computador pessoal e na transferência eletrônica de mensagens foram incrementadas em 1990, particularmente, com a criação da interface Web para a Internet e esta já tem cerca de 20 anos.

Não podemos esquecer que estas tecnologias intensas em informação e comunicação apresentam novas atualizações, digamos, a cada 18 meses e nesse sentido existe uma fração de novidade que se agrega continuamente ao conjunto de TIC.

Mas a estrutura básica que modificou a relação do gerador e do receptor, com o tempo e espaço da informação, não é mais nova e não deveria ser mais denominada como tal, pois demonstra um desconhecimento do passar do tempo. Uma estranheza com a qualidade da novidade associada à história da tecnologia que possibilitou colocar os estoques de informação eletrônica em fluxo. O que é novo tem pouco tempo de existência: é original, moderno e recente.

A OCLC - Online Computer Library Center, uma organização não comercial dedicada ao desenvolvimento da pesquisa no mundo da informação disponibilizou um Relatório das atitudes e percepções dos que trabalham e estão envolvidos com a Web e as tecnologias intensas de informação e comunicação. A sua pesquisa abrange dados colhidos no Canadá, na França, Alemanha Japão, Reino Unido e USA.

O relatório é amplo em suas conclusões. Abaixo indico os pontos mais reveladores para o assunto desta postagem:

1 A Internet e a web não são mais uma nova tecnologia de informação e comunicação, pois tem sido utilizada, continuamente, há cerca de 10 anos pela grande maioria dos respondentes de todos os países;

2 O uso da Web não é dominado por jovens adoslescentes. Dois terços da amostra total indicam que o usuário da web tem usado a interface da rede por mais de 10 anos seguidos e tem entre 22 e 50 anos;

3 O uso de serviços e padrões configurados e indicados como sendo as novas TIC como: a Internet, a web, o email e robots de busca, etc. estão próximos de um ponto de mutação por saturação. Clientes web em todos os países esperam modificações tecnológicas para a atual web e seus serviços. A indicação novas tecnologias de informação e comunicação - novas TIC - para denominar a Web e a Internet deve ser substituída por tecnologias intensas de informação e comunicação.



O Report to the OCLC, Membership Dublin, OH: OCLC,: Sharing, Privacy and Trust in Our Networked World. Está em

http://www.oclc.org/reports/sharing/default.htm

Para baixar o Relatório em PDF (280 páginas, 11 Mbytes, em inglês)

http://www.oclc.org/reports/pdfs/sharing.pdf

sexta-feira, abril 24, 2009

Os limites da tecnologia




Quais os limites da tecnologia e da privacidade individual . A moda agora é filmar o parto da mulher e transmitir ao vivo nas redes sociais.Até que ponto isto interessa a todos.

A tecnologia como uma sucessão de eventos sistemáticos é uma ação transformadora que leva a inovação. Quando aceita pela maioria dos elementos de um determinado espaço social traz uma melhor condição de vida e convivência. Se a informação é mediadora do conhecimento aprisionar a sua tecnologia é como aprisionar o conhecimento.

As tecnologias intensas da transferência da informação ficam muito perto do computador e suas linguagens e sua programação. Quando falamos em tecnologias de informação pensamos de imediato no computador, na telecomunicação e na convergência da base tecnológica. No software que existe em nós para inscrição e recepção da informação.

As reais modificações advindas das tecnologias de informação são as condições de interação e interconexão do receptor com a informação. Estas transformações estabeleceram um novo relacionamento entre o gerador, o receptor, o tempo e o espaço. A velocidade e modalidade de acesso à informação modificam nossa sensibilidade e competência cognitiva. A convergência da narrativa para uma base digital inseriu imagem e som na estrutura de informação. A pergunta que persiste é como serão os documentos de amanhã em estruturas abertas em textos que se cruzam?

Sempre me preocupou, contudo, refletir sobre qual é o limite da tecnologia, ou a partir de que ponto este conjunto de conhecimentos deixa de ter interesse social.

Um processo de inovação se diferencia de uma nova tecnologia; a tecnologia é uma sucessão de eventos sistemáticos de uma ação de transformação de idéias e de ações; é diferente da inovação que é a aceitação dos eventos da tecnologia pela pluralidade dos elementos de um determinado espaço social. Na inovação existe um acréscimo de bem estar comum, uma situação melhor do que a que existia antes. A inovação modifica a realidade e os seus habitantes.

O limite da tecnologia será sempre quando a inovação criada pela técnica  deixar de trabalhar em benefício do indivíduo e se voltar contra ele para lhe causar dificuldades de mal estar e , perda de indenidade e de sua individualidade. As novas tecnologias de informação de tão intensas produzem medo, pois, aumentam os poderes do homem e algumas vezes o transformam em objeto destes poderes. O mundo digital cria facilidades para as atividades cotidianas também, condições  que assombram a nossa segurança e privacidade.

Tem sido muito pensado neste novo tempo cibernético a questão do valor da tecnologia da informação quando ponderado contra a possibilidade de uma existência mais simples e com mais felicidade. Qual é o papel da informação em formato eletrônico no grande dilema da existência do ser humano atual. Quanto da informação se orienta para formar uma inteligência coletiva e quanto para uma inteligência de competição em ou do modismo de momento. Estas transformações da tecnologia devem se associar a felicidade do ser humano na simplicidade dos seus espaços de convivência? A felicidade sempre estará melhor quando no simples e doce sentimento da existência.

As utopias coletivas da felicidade pela informação podem conduzir a fantasias individuais que, acarretam uma nova configuração do seu valor para a sociedade. A convivência atual acontece, cada vez mais, virtualmente em uma realidade paralela de salas de conversa e troca de enunciados pela comunicação instantânea das mensagens e dos mensageiros interativos usados para viver no mundo cibernético e ali relatar a vida. Até que ponto o relato da vida de cada um permanece na decência e na compostura do que deve ser mostrado aos outros.

Cada vez mais a opção de uma vivência escondida se mostra em uma tecnologia como a dos "Chats" e "Facebooks", "You tubes" . O doce sentimento da existência está sendo vivido por nosso outro, um avatar do que sonhamos ser atuando em uma vivência sem nossa presença. Há que saber posicionar com harmonia os limites da tecnologia da informação.O despudor ao mostrar de um cotidiano muito particular ofende o bom gosto.

AAB

Revisto em out 13

terça-feira, abril 21, 2009

Vale a pena se ocupar da informação que não está disponível online?


Este é um estudo recente sobre o comportamento do cientista quando procura informação. Foi realizado com base em uma comunidade de físicos e astrônomos, usando entrevistas, com 56 professores e estudantes de doutorado daquelas áreas na University College de Londres. (referência abaixo)

Foi perguntada, aos entrevistados, a maneira como obtêm e como acessam as fontes para seus estudos e pesquisas e seus principais seus recursos da informação; ênfase foi colocada na leitura de artigos de periódicos, provavelmente a fonte a mais respeitável da informação formal.

Ficou evidente a tendência emergente no comportamento de busca de informação dos cientistas, pois a pesquisa indica que e a maioria deles acredita que se os artigos forem, de boa qualidade e significativos para a sua área, eles estarão disponíveis online na Internet.

Além disso, ainda em minoria, mas como uma forte tendência os cientistas acreditam que a informação que não está em disponível online não vale o esforço para ser obtida devido a uma provável carência de qualidade, confiabilidade e obsoletismo.

Esta indicação mostra uma mudança na percepção dos usuários de ciência e tecnologia em relação ao valor das fontes de informação e sua condição de acesso. Implica que pelo menos em alguns campos científicos a disponibilidade da informação é uma medida para avaliação da sua qualidade.

Esta tendência mostra, ainda, a grande expectativa dos cientistas em ter, pelo menos a informação nova, no formato digital e online, o que virá exercer uma influência operacional para as opções de editores, especialistas da informação e administradores dos estoques de informação convencional: armazenada em papel ou outras mídias não digitais.

Ver o artigo completo de:

Hamid R. Jamali
O que não está disponível online vale a pena ser lido?
[What is not available online is not worth reading?]
Professor, Ph.D., Department of Library and Information Studies, Faculty of Psychology and Education
http://www.webology.ir/2008/v5n4/a63.html

domingo, abril 19, 2009

Memórias de uma caneta


Em recente evento internacional no Rio uma editora vendeu muitos exemplares, não barato, de um livro que estava disponibilizado de graça na web. Não ouve qualquer intenção dúbia, pois a opção era de conhecimento e estava indicada na introdução do livro. A reflexão que se coloca é a preferência do receptor por um objeto real ou seu substituto digital.

Todos aqueles os nascidos antes dos anos setenta nunca irão confiar plenamente na web como um formato de conteúdo opcional para a realidade física do objeto cultural. É uma questão de tradição e de imagem na memória Há que considerar que se nos colocamos cinquenta anos atrás a web é um milagre e todo o milagre amedronta, pois é algo que foge ao controle. "Quem assistiu a ressurreição de Lázaro deve ter ficado apavorado”* como apavorados com a Internet estão aqueles que preferem ler no papel e escreviam (e ainda escrevem) com caneta Parker de encher de tinta no vidro.

O ser humano necessita sentir seus pés na terra e perceber a territorialização de um espaço comum definindo uma conduta padronizada de papéis predestinados e aceitos. Um espaço que é objetivado e percebido para desenrolar uma vida própria e uma socialização na terra e que determina a consciência objetiva do homem como produto de suas construções físicas e simbólicas. A terra impõe sua ordem no real onde a vivência não se separa da presença física.

O homem ou vive na terra da realidade ou no mundo da virtualidade. Neste sentido o mundo não é uma soma de realidades, mas um outro princípio regulador da razão, um espaço diferente na relação do homem com as coisas, como as máquinas e os outros homens e a totalidade das suas relações dinâmicas. Assim pensado a terra se constitui em uma convivência real com as memórias em estoque, domiciliadas e guarnecidas. Mas estáticas esperando que um ato as transforme ou ative.

Virtualizar uma coisa ou uma faculdade como a memória consiste em mudar sua atualidade. Não significa uma desrealização da coisa, mas uma mudança em sua identidade, uma passagem da terra para a mundaneidade do mundo.

Nesta mundanidade as coisas estão em fluxo e representam uma sucessão de eventos em se realizando. Na mundaneidade do mundo o homem pode existir só por sua vivência prescindindo sua presença física. Assim, também a sua memória está , agora, em fluxo agregando condições potencias de lembranças do passado e pretensões de futuro. A virtualidade é um caminho que se percorre.

Na virtualização das coisas, dos documentos ou faculdades, existe um novo software em nós para a interação com o mundo. Hoje somos destinados por este software e ele faz parte de nossa convivência, modo de agir e de interagir com nossos códigos para lidar com os enredamentos das idéias, impressões, conhecimentos adquiridos, recordações e deslembranças.

A condição de expressar e entender estes símbolos trazidos por esta memória virtualizada é um novo exercício de interiorização de significados.


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'PARKER '51' - Comercializada desde 1941 até meados da década de 70 e fabricada em diversos países; cerca de 20 milhões de canetas foram vendidas ao longo de mais de 30 anos
Instruções de uso:
para encher
pressione a alça no corpo da caneta
pelo menos por quatro vezes
mantendo a ponta dentro do tinteiro
limpe com um tecido macio
use sempre tinta Parker

* Do “Outro” em JL Borges

sexta-feira, abril 17, 2009

Web 2.0, Web social, Biblioteca 2.0







A Associação dos Profissionais da Informação, Espanha, publicou em Gijón relatório sobre diferentes possibilidades e ferramentas da web 2.0 que podem e devem ser adaptadas a bibliotecas e centros de informação. Um bom instrumento de trabalho e uma boa referência para estudo. Publicado em espanhol, tem 64 páginas e é um documento livre para trazer ao seu computador em:

http://eprints.rclis.org/15106/1/informeapeiwebsocial.pdf


1. Web 2.0, Web social, Biblioteca 2.0
2. Los blogs: la herramienta más popular
3. Las wikis: escribir entre todos
4. Marcadores sociales: etiquetar la web
5. Gestores de referencias sociales: una herramienta para la ciencia 2.0
6. Las herramientas de catalogación social:compartir lecturas
7. La Web 2.0 y los catálogos bibliográficos
8. Geoaplicaciones: etiquetar el mundo 33
9. La sindicación de contenidos: reunir y redifundir
10. Compartir objetos digitales: crear colecciones participativas
11. Páginas de inicio personalizadas: reunir la web
12. Redes sociales: representar nuestras relaciones
13. Promoción social de noticias: la comunidad vota
14.Y ahora qué? Planificación de servicios 2.0 en las bibliotecas
15. Recursos de información
Blogs y webs
Bibliografía

quarta-feira, abril 15, 2009

O silêncio da linguagem




A informação para ser apropriada necessita ser recebida e aceita como tal. Os receptores necessitam estabelecer um dialogo com o universo semântico em que a informação está inscrita e ter competência para elaborar mentalmente este código de inscrição; necessitam, ainda,  uma condição cognitiva para sua interpretação e apreensão.  A informação não percebida por falhas de tradução do código de inscrição ou condições inadequadas de sua disseminação  não  são assimiladas e não se transformam em conhecimento. Permanece no silêncio.

O silêncio da informação é o silêncio da incomunicação uma terrível desarmonia de palavras, gestos, fatos que não seguem  adiante em seu percurso e da qual temos alguns relatos impressionantes:

"No século 18, o naturalista alemão Humboldt foi a Venezuela encabeçando uma expedição científica; em determinado momento da viagem, a expedição chegou à aldeia dos índios Atures e descobriram que ela havia sido incendiada até os seus alicerces pela agressiva tribo dos Caribes; os restos dos Atures já começavam a ser cobertos pela selva. Buscaram e buscaram, mas não havia sobrevivente algum.

“Só encontraram um aturdido papagaio de cores brilhantes, que vivia entre as ruínas, e repetia uma e outra vez longos discursos numa língua incompreensível. Era a língua dos Atures, mas não restava ninguém mais que a entendesse.”

“Há aquele outro caso, verdadeiro e terrível, de um mendigo de Nova York que foi tirado das ruas pela assistência social, por ter desmaiado de tanto frio ou por ter sido atropelado por um carro com consequências leves. Sem que soubessem do acidente, policiais o submeteram a uma longa interrogação e  avaliação e consideraram que estava doido de pedra: não falava, não dava sinais de reconhecer nada do que lhe diziam:  bramava e se sacudia furiosamente.

Um juiz determinou que o menino poderia ser um perigo para si mesmo e para os outros e mandou interná-lo num hospital psiquiátrico.”

“Um homem passou dez anos trancados num manicómio até que alguém descobriu que não era maluco, e sim mudo e romeno: era um imigrante ilegal recém-chegado ao país quando foi detido. Não entendia o que lhe diziam e não conseguia se expressar na sua fúria que era a angústia de quem se sabe incompreendido.

Um outro bizarro exemplo da incomunicação é o caso do chimpanzé, “ela se chamava Lucy e era do Quênia. Fora adotada por um casal de biólogos ingleses, que a pegaram ainda bebê, depois a criaram dentro de casa como se fosse humana e lhe ensinaram a linguagem dos surdos mudos, o que, aliás, não é nada extraordinário, porque muitos primatas já aprenderam a entender e usar esse código gestual.

Passaram-se assim muitos anos, talvez quinze ou vinte, e os biólogos se aposentaram e tiveram que voltar para Londres. Era impossível levar Lucy consigo, de maneira que a deixaram num zoológico.”

De novo passaram-se longos anos e afinal um professor de crianças deficientes que passava as férias na África foi visitar o jardim zoológico e deu com um chimpanzé agarrado às barras da jaula, fazendo gestos absurdos e frenéticos dirigidos a qualquer um que estivesse por perto.

O professor, curioso, também se aproximou; e ficou paralisado quando percebeu que entendia o que o animal estava dizendo. Era Lucy que, na linguagem dos surdos-mudos, pedia desesperadamente a todo mundo: "Tirem-me daqui, me tirem-me daqui, tirem-me daqui".

"O traumático nem sempre é aquilo que faz ruído, e sim o que fica mudo." E,  lá do silêncio, procura ser entendido.”

[Estas histórias contadas como verdadeiras estão no Livro de Rosa Montero, A louca da casa, Ed. Ediouro 2003. [A imaginação é a louca da casa" dizia Santa Tereza de Jesus ]

sexta-feira, abril 10, 2009

A geração do conhecimento a partir de documentos digitais: resultados de uma pesquisa


Em pesquisa em andamento sobre a percepção e assimilação da informação em documentos em formato lineares e documentos digitais intertextuais constatamos a existência de consideráveis diferenças na relação destas narrativas com a percepção do usuário na geração do conhecimento. É uma pesquisa em desenvolvimento: a metodologia deve ser retestada em novo universo de pesquisa formado, mas os resultados encontrados são surpreendentes.

Assim considerando o formato em que está a informação esta inscrita: um texto linear ou um hipertexto existem evidências de que:

· A mediação da informação para geração do conhecimento se relaciona qualitativamente com o formato de inscrição; a percepção da informação difere de acordo com a estrutura linear ou digital do documento.

· A percepção de informação digital gera conhecimento diferenciado e mais elaborado; a escrita digital induz a um aumento na possibilidade de avaliar informações complexas e engendrar configurações de memória e cognição com mais criatividade e qualidade quando nos textos digitais cruzados.

· 0 A percepção do conteúdo digital acontece através de um fluxo de pensamento divergente, aquele onde os meandros da consciência se orientam para uma associação referenciada à aventura individual e simbólica de cada receptor. Suas vivências suas projeções, suas condições de individualidade.

· A informação em documentos lineares está com seu conteúdo estipulado pelo formato e finalizado por um imperativo desta geografia dos espaços demarcados. O receptor de tal tipo de documento tem liberdade em seu imaginário, mas o texto limita esta liberdade, pois esta preso a um formato finito.

· A percepção nos documentos lineares, se dá através de um fluxo de pensamento convergente, ou seja, aquele no qual a recognição se direciona para uma cadeia de percepções pontuais que se ajustam a família de conteúdo do texto finito.

Os documentos lineares diferem dos documentos digitais por uma condição de escrita e da leitura tais como:

- A pesquisa indica que a interatuação do leitor com os documentos digitais se processa com uma percepção de enunciados individualizados.

- A enorme incidência de unitermos (palavras) indicados uma so' vez pelo avaliador para o documento digital denota a existência de um jogo de enunciados particularizado, quando da interação entre o receptor e o texto digital.

- Nos documentos digitais há uma clara evidência de que a escrita dos enunciados acontece usando, simultaneamente, a linguagem em que forma pensados estes enunciados e a linguagem de edição da sua escrita para leitura do receptor da informação;

- Pode-se notar na narrativa digital a existência de uma condição de aumento dos processos mentais do pensamento na sua geração, na sua percepção e no arranjo dos caminhos para reconhecimento da informação; um aumento da sensibilidade e criatividade ao criar uma informação digital;

- As trocas de informação no ambiente digital gera o desenvolvimento de um condicionamento mental para realizar ao mesmo tempo atividades de percepção, geração e transmissão e da informação em uma configuração de atuação em multitarefa;

- Na assimilação de um documento digital há um aumento da capacidade para avaliar a informação complexa; engendrar configurações individuais para procurar em simultaneidade mais informação em textos entrelaçados adiando a formação do conhecimento até esgotar as possibilidades do conteudo perseguido em rede.

O documento completo da pesquisa, com descrição,metodologia e base teórica tem cerca de 60 páginas e esta disponível para download em

http://www.e-iasi.org/DOWNLOAD/index.htm



No TWITTER acesse www.twitter.com/aldoibct
URL = http://aldoibct.bighost.com.br/

quarta-feira, abril 08, 2009

Os documentos de amanhã


Em agosto do ano passado, dois jovens biólogos formados pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo resolveram montar um pequeno portal reunindo blogs sobre ciência. Nascia o Lablogatórios, que rapidamente chegou à marca de 24 blogs abrigados debaixo de seu guarda-chuva.

No último dia 17, o condomínio de blogs mudou de nome e ganhou um empurrão internacional em sua recente trajetória: virou o braço brasileiro do ScienceBlogs, uma rede com mais de 60 blogs de ciência em inglês criada nos Estados Unidos em 2006 que faz parte do Seed Media Group, também dono da revista Seed, de divulgação científica

A audiência de todos os blogs do ScienceBlogs Brasil ainda é modesta, mas crescente, segundo seus administradores. Está na casa dos 150 mil visitantes por mês, que navegam por cerca de 250 mil páginas.

Frequentemente apontado como o blog feito por um cientista com maior influência no planeta, o Pharyngula - criado pelo biólogo Paul Myers, da Universidade de Minnesota, sobre evolução e desenvolvimento - semanalmente, tem suas páginas vistas meio milhão de vezes por milhares de internautas.

A revista científica Nature, uma das mais prestigiadas do mundo defende a idéia de que o jornalismo científico está em declínio, sobretudo depois da crise econômica de setembro do ano passado e que estão em ascensão os blogs de ciência.

A Nature *, em editorial (de conteúdo restrito a assinantes) publicado na mesma edição, recomenda aos cientistas um olhar mais contemporâneo sobre o tradicional jornalismo científico e também sobre os novíssimos blogs de ciência. Os cientistas estão totalmente aptos a atingir mais pessoas do que nunca, mas apenas se eles abraçarem a mesma tecnologia que eles desenvolveram.

Obs.: A interface gráfica da Internet, o www foi inventada e aprimorada por cientistas num dos grandes centros da pesquisa mundial, o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern).
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Tudo indica que a maior parte dos documentos de amanhã, seus estoques e seus fluxos serão digitais, mas a grande indagação é como serão os profissionais da informação de amanhã ou se estarão preparados para harmonizar esta gestão de documentos com seus usuários.
Fonte: "Informação e opinião na web - Condomínio de 24 blogs de ciência vira braço nacional do portal americano ScienceBlogs"
reporta Marcos Pivetta para a Edição Online da Pesquisa FAPESP de 08/04/2009

* Nature 458, 260 (19 March 2009) Published online 18 March 2009

Ver noticia completa em
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=5528&bd=2&pg=1&lg=

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A despedida de um companheiro de leitura


Saiu nos Estados Unidos uma engenhoca que fará a alegria de quem quer atravessar a fronteira dos meios de comunicação impressos, como os jornais e revistas. Chama-se Kindle e está na sua segunda versão. É uma tabuleta do tamanho de a caixa de charutos e a espessura de um lápis, comum. Custa 359 dólares e permite uma leitura confortável. Armazena até 1.500 livros, documentos digitais e correspondência eletrônica. Assim como o iPod fixou novo um padrão para a música, o Kindle indica o futuro da leitura

O Kirldle e os próximos produtos gênero serão o complemento eletrônico dos impressos em papel. O jornal e o livro continuarão por ai mais parte de sua freguesia migrara para o armazenamento eletrônico. Por 42 dólares pode-se receber o NYT na tabuleta quando a assinatura convencional custa 150 dólares na banca. Só um extravagante lerá sua tabuleta enquanto toma café da manhã, mas será muito mais prático usá-Ia num avião, ou em uma sala de espera. Contudo o equipamento eletrônico não tem data para chegar ao Brasil.

Imagine-se o caso do livro "The lost city of Z" ("A cidade perdida de Z"), que conta a história do coronel inglês Percy Fawcett, desaparecido em 1924, enquanto procurava na Amazônia a cidade perdida de uma civilização extinta. Faz cinco semanas que ele está na lista de mais vendidos do "The New York Times".

A edição brasileira poderá demorar um ano para chegar às livrarias. Quem quiser comprá-Io (em inglês) pelo supermercado eletrônico da Amazon pagará US$ 16,50 pelo livro e mais 10 dólares pela expedição. Com o Kindle, o freguês conecta tabuleta ao seu computador e em dois minutos, baixa as 339 páginas de "Cidade perdida", por apenas US$ 1. A engenhoca aceita anotações, sublinha trechos, acha qualquer palavra dobra o canto da página. [Fonte:Trechos da coluna de Elio Gaspari no Jornal O Globo de 08/04/2009]

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A substituição da leitura e de seu instrumento tradicional não será aceita culturalmente para os nascidos antes de 1980; mas para a geração do videogame, os nascidos de 1980 em diante não haverá melhor opção de leitura e entretenimento. É como ouvir música na vitrola ou no iPod.

O livro eletrônico tem condições econômicas imbatíveis se comparado com o convencional, disponibilidade e acesso imediato e, ainda, é um fator de inclusão informacional e dai de inclusão social. Qualquer política de governo que não contemple esta possibilidade em pais do tamanho do nosso e de comunicação precária agravada pelas distâncias, não será uma política de informação realista.

Não se trata só de uma afetividade de enorme querência a um velho amigo com quem convivemos principalmente nós os mais antigos desde criança é o futuro que se alevanta, um vendaval que se soltou. Não há como impedir o caminho para o futuro.

sábado, abril 04, 2009

O Segredo é sagrado



Segredo: Aquilo que se oculta ao conhecimento; aquilo que não se divulga; que se quer manter em sigilo.

Sagrado: Aquilo que não deve ser tocado, mudado ou transformado; não deve ser infringido ou violado: como os sagrados direitos das empresas e profissionais com carreira formal.




Escritor bissexto lança agora no Brasil um livro chamado "O Culto do Amador"* contra o livre fluxo de informação se executado por amadores na web.

No seu livro o autor defende, no meu entender, quatro princípios básicos sumarizados por mim:

1 - Está contra a nova economia da edição, publicação e distribuição da informação online, pois a atividade não gera lucro e ainda atrapalha as instituições estabelecidas no mercado;

2 - É favorável ao monopólio das instituições estabelecidas em mercado para produzirem e disseminarem a informação e a cultura; não teria o menor sentido que "amadores" executem um papel na difusão cultural por sua inexperiência e por não possuírem condições legais ;

3 - Prega o protecionismo de uma reserva de mercado intelectual que deve ser direito do profissional habilitado e formalmente credenciado: "nós amadores de repente somos todos músicos, jornalistas, escritores cientistas e cineastas";

4 - Defende como sagrado que a geração do lucro pelas atividades de informação na Internet é das empresas e profissionais credenciados. As atividades de convivência informacional da web 2.0 estão fechando empresas e promovendo o desemprego.

O livro, em minha opinião, é pobre em idéias e de argumentos. Não estaria sequer sendo revisto não fosse o seu casamento de interesses com a mídia massiva. Estes canais, intransitivos e em final de carreira, querem com a polêmica estabelecer o espetáculo e ainda, conservar pelo tempo que puderem sua fatia dos falados lucros, via marketing das empresas e dos profissionais não amadores.

Aldo de A. Barreto



* Fonte: Artigo do jornal 'O Globo de 04/04/2009, caderno prosa e verso, 1ª página sobre livro de Keen, A. , "O Culto do Amador", Zahar.

sexta-feira, abril 03, 2009

publicidade e promiscuidade da informação


As palavras publicidade e opinião pública foram usadas excessivamente na ambiência dos comerciais de consumo de coisas e necessitam uma reconceituação para o vigor de seu significado original. A publicidade ou publicitar um fato ou uma idéia é uma forma de torná-los acessível ao conhecimento do público, sem a conotação de um convencimento por repetição ou outros artifícios de valores duvidosos da divulgação massiva.

Quando falamos de opinião pública, estamos nos referindo a opinião racional, formada e informada de maneira livre e consensual por uma comunidade operando na esfera publica, que pode lhe conferir atributos de verdade.

O Princípio da Publicidade diz que, o uso público da razão deve ser sempre livre e cada um se convoca para ser um publicador que fala através de seus enunciados e postagens ao seu público e ao seu mundo.

A atualidade coloca este princípio na Internet de conexões abertas e milhões de autores agora estão livres de editores e dos intermediários tradicionais das mensagens. Cada um é o seu próprio publicador na rede e está livre para disponibilizar seus escritos para julgamento de seus pares.

Esta interatividade multiespacial permite uma nova interatuação com os fatos, idéias e ocorrências de um cotidiano global. O receptor tem acesso às fontes de informação sem intermediação e com elas estabelece um dialogo de seu interesse. Rearranjam a informação de maneira subjetivamente individualizada por suas preferências, independente da influência dos canais de comunicação massiva formadores da opinião homogeneizada.

Novos procedimentos modificam a vivência e a convivência na sociedade, pela publicidade da informação e pela formação de uma opinião pública livre, pelo menos, da ditadura dos meios intransitivos que não conversam.

Mas estamos em uma época em que isso pode trazer a espetacularização da informação; um espetáculo da informação convivida por suas trocas podendo reduzir outras formas de consumo cultural. Pode reduzir informações importantes dos outros trabalhos de cultura, ciência e tecnologia e se confundir com uma cultura do entretenimento, onde o ato de, gerar e consumir informação, passa a ser tão divertido como ver ou escutar um show de variedades ou uma boa comédia.

A troca livre de enunciados não pode se transformar em uma promiscuidade informativa, uma configuração desordenada e confusa do universo colaborativo da informação trazida pelo excesso simbólico de individualismo privado nas de narrativas em rede.

Há que confiar no homem e sua capacidade de transformação para adequar-se ao novo regime de informação acreditando que:

“O homem é corda estendida entre o animal e o Super-Homem : uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar, perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O grande do homem é ele ser uma ponte e não uma meta : o amável no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses os que atravessam de um para o outro lado.”


As palavras de Zaratustra de Nietzsche são uma referência de posicionamento para o trabalhar com a informação . A convivência com a informação se encontra , nesta atualidade como se em um ponto no presente entre o passado e o futuro. Um regime técnico tradicional que precisa atravessar para uma outra realidade potencial de troca de informação e aprender a conviver com o novo e o inusitado, numa constante renovação da novidade.



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quarta-feira, abril 01, 2009

A anfibiedade que nos cerca


Na Mitologia grega, o Minotauro era uma criatura meio homem e meio touro. Ele morava no Labirinto e o vigiava. Usava sus anfibiedade para manter as condições técnicas que deveria preservar de um poder mitológico vigente. Era intransigente e parcial. Um minotauro está dentro de cada um de nos quando nos impede de viver o novo e ir para aos novos espaços potenciais. O labirinto digital é entravado pelo Minotauto que somos em nossa ambigüidade, mas:

ao morrer o minotauro chora, chora como uma criança
por fim se enrosca como um feto
e se aquieta no definitivo da morte (1)

"A anfibiedade que vivemos culturalmente e em sentido amplo, é a capacidade inata e adquirida de habitar e interatuar em contextos e condições diferenciadas. È a anfibiedade do animal que pode viver na terra ou submerso na água. As tecnoculturas da anfibiedade indicam heterogêneas alternativas e instâncias de integração progressiva entre o mundo analógicos e o digital. William Gibson (2) nos diz: "um dos erros que nossos netos encontraram em nós foi a nossa distinção entre digital e analógico, entre virtual e real. No futuro esta diferença será literalmente impossível. A distinção sobre o ciberespaço e o que não é ciberespaço será inadmissível." (3)

Esta anfibiedade é o que nos posiciona no mundo atual ou direciona o olhar de como nos vê o mundo. Se olharmos ao abismo digital ele certamente voltará seu olhar para nós (4). Um certo olhar conectado. o olhar da imensidão de um espaço que quer ser o arquivo da humanidade.

Vivemos em tempos, de uma época em que a conexão pauta a elocução e a forma de estar ou não potencialmente em uma realidade conectada. A única que existe segundo Gibson.

Nossa realidade ou é refugiada em nossa solidão fundamental, aquela individualidade do âmago de nosso ser ser ou é mediada por uma realidade que não é física, aparente ou visível. É como a escuridão, onde somente olhos linkados nos acompanham. Uma realidade digital onde podemos habitar pela vivência sem, contudo, estar coma a presença.

Nossa anfibiedade faz nosso viver ficar em dois mundos: o da realidade da existência e o da realidade potencial onde existimos metaforicamente linkados aos outros e são eles que nos definem. São eles que executam a transferência do que somos para um significado que nos designam no mundo digital.

No mundo digital somos definidos por quem nos olha tal como o abismo que nos devolve o olhar. Eu para mim não existo, o que existe é o meu eu para o outro. O eu digital existe nas testemunhas na minha vida online em convivência. O meu eu conectado é determinado por aqueles que me seguem no Twitter, nas listas, nas postagens do Blog.

E é assim, por uma significação de metáfora é que, na realidade da web transformamos a nossa narrativa em lenda, porque em cada conexão a interpretação do outro é diferente e com diferentes intenções e o ao final representamos a soma do que de nós diz. O eu potencial é designado e tem atributos de proezas notáveis, façanhas e condições heróicas ou fabulosas críticas. O que postamos e o que somos percorre assim uma odisséia independente no virtual e passa a ser livre do que dele eu disse.

Aldo de A Barreto


1 - Poema de Paulo Leminski
2 - William Gibson autor do famoso livro "Neuromancer (1984), e cunhou o termo Ciberespaço
3 - Tradução de tema de Rafael Cippolini do blog Cippodrmo de onde veio a "inspiração" desta postagem
http://cippodromo.blogspot.com/
4 - Freidrich Neitzsche


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