sexta-feira, abril 03, 2009

publicidade e promiscuidade da informação


As palavras publicidade e opinião pública foram usadas excessivamente na ambiência dos comerciais de consumo de coisas e necessitam uma reconceituação para o vigor de seu significado original. A publicidade ou publicitar um fato ou uma idéia é uma forma de torná-los acessível ao conhecimento do público, sem a conotação de um convencimento por repetição ou outros artifícios de valores duvidosos da divulgação massiva.

Quando falamos de opinião pública, estamos nos referindo a opinião racional, formada e informada de maneira livre e consensual por uma comunidade operando na esfera publica, que pode lhe conferir atributos de verdade.

O Princípio da Publicidade diz que, o uso público da razão deve ser sempre livre e cada um se convoca para ser um publicador que fala através de seus enunciados e postagens ao seu público e ao seu mundo.

A atualidade coloca este princípio na Internet de conexões abertas e milhões de autores agora estão livres de editores e dos intermediários tradicionais das mensagens. Cada um é o seu próprio publicador na rede e está livre para disponibilizar seus escritos para julgamento de seus pares.

Esta interatividade multiespacial permite uma nova interatuação com os fatos, idéias e ocorrências de um cotidiano global. O receptor tem acesso às fontes de informação sem intermediação e com elas estabelece um dialogo de seu interesse. Rearranjam a informação de maneira subjetivamente individualizada por suas preferências, independente da influência dos canais de comunicação massiva formadores da opinião homogeneizada.

Novos procedimentos modificam a vivência e a convivência na sociedade, pela publicidade da informação e pela formação de uma opinião pública livre, pelo menos, da ditadura dos meios intransitivos que não conversam.

Mas estamos em uma época em que isso pode trazer a espetacularização da informação; um espetáculo da informação convivida por suas trocas podendo reduzir outras formas de consumo cultural. Pode reduzir informações importantes dos outros trabalhos de cultura, ciência e tecnologia e se confundir com uma cultura do entretenimento, onde o ato de, gerar e consumir informação, passa a ser tão divertido como ver ou escutar um show de variedades ou uma boa comédia.

A troca livre de enunciados não pode se transformar em uma promiscuidade informativa, uma configuração desordenada e confusa do universo colaborativo da informação trazida pelo excesso simbólico de individualismo privado nas de narrativas em rede.

Há que confiar no homem e sua capacidade de transformação para adequar-se ao novo regime de informação acreditando que:

“O homem é corda estendida entre o animal e o Super-Homem : uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar, perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O grande do homem é ele ser uma ponte e não uma meta : o amável no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses os que atravessam de um para o outro lado.”


As palavras de Zaratustra de Nietzsche são uma referência de posicionamento para o trabalhar com a informação . A convivência com a informação se encontra , nesta atualidade como se em um ponto no presente entre o passado e o futuro. Um regime técnico tradicional que precisa atravessar para uma outra realidade potencial de troca de informação e aprender a conviver com o novo e o inusitado, numa constante renovação da novidade.



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