A preocupação com a organização da informação via idealização dos sistemas de armazenamento e recuperação da Informação é uma condição que se transformou em ideologia nos últimos 50 anos. Tão forte é o seu impacto na formação das ideias da área de informação que por vezes aceitamos que a parte represente o todo, na medida em que o Sistema de Armazenamento e Recuperação foi considerado o próprio Sistema de Informação e Conhecimento. O que não é verdade.
Isto seria uma aberração teórica pois o receptor, que é o local onde se realiza a absorção do conhecimento está fora do sistema; está localizado na sua ambiência ao contrário ele seria um recurso ou elemento do sistema e poderia ser controlado.Pela teoria sistêmica tanto o usuário, como o gerador/autor da informação estão fora do sistema de armazenamento e recuperação da informação , estão em sua ambiência, pois o sistema não tem qualquer controle sobre eles.
O sistema de recuperação da informação obedece um rígido formalismo técnico que foi necessário para os propósitos de gerenciamento e controle em uma determinada situação histórica. Só a partir dos anos 80 novos modelos de analisar o mundo provocaram um reposicionamento dos agentes que operam a informação principalmente devido:
1. uma nova visão conceitual de como a informação se relaciona com o conhecimento e com o desenvolvimento humano;
2. aparecimento do modelo cognitivista como uma nova explicação para as atividades relacionada às atividades socias aplicadas e a condição humana;
3. a noção de rede de elementos interligados como um modelo mais adequado. que a teoria sistêmica, para explanar a questão da informação;
4. o entendimento que existe na cofiguração da informação uma condição estática representada por seus estoques de documentos e uma condição dinâmica representada pelos fluxos de sua transferência para o usuário.
Uma razão para se confundir os conceitos de informação e conhecimento é a falta de compreensão de que conjuntos de documentos formam um estoque estático e o conhecimento é um fluxo dinâmico, coisas impossíveis de serem igualadas.
Então para reforçar o que indicamos vale rever os conceitos de rede e de sistemas até para entendermos, que é impossível ter um sistema de acervos e que este operam em rede. Um sistema é um conjunto de elementos interconectados e interdependentes de modo a formar um todo organizado para alcançar um fim comum. Todo sistema possui um objetivo a ser atingido e é um conjunto de componentes interligados e interdependentes, isso quer dizer se tirar um único elemento do sistema ele para e deixa de operar.
O ambiente é alguma coisa que está fora do controle dos sistemas, mas é também algo que determina seu funcionamento. Assim, se o sistema opera em um clima muito frio ou quente, o seu equipamento deve ser planejado para resistir a severas mudanças de temperatura. Falaríamos então que as mudanças de temperatura ditam as possibilidades de desempenho do sistema mas, contudo, o sistema nada pode fazer com respeito às mudanças da temperatura. Como com o usuário e o gerador de informação.
Já o termo genérico “rede” define um conjunto de entidades (objetos, pessoas,atividades) interligadas uns aos outros. Uma rede permite unir um fluxo de elementos materiais ou imateriais. Uma estrutura em rede indica que os seus integrantes podem se ligar a todos os demais. O conjunto resultante é como uma malha de múltiplos fios, que pode se espalhar indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum deles possa ser considerado principal ou central, nem representante dos demais. Não há um elemento chefe, o que há é uma vontade coletiva para realizar determinado objetivo. Se um ou mais elementos se desligarem da rede isso não ocasionara qualquer interrupção em seu funcionamento. A rede se reconstruirá com a partir dos seus nodos e laços existentes. Estoques e fluxos podem confundir os conceitos de informação e conhecimento.
Aldo de A Barreto
quinta-feira, março 04, 2010
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